Sunday, October 30, 2016

Pensionistas versus Classe Operária, Reformas versus Ordenados

Acho impressionante que todos os media, partidos políticos, jornalistas e a maioria da populaça em geral, de certa forma concordarem com os aumentos de pensões aos reformados, acho impressionante que ninguém tenha coragem de meter o dedo na ferida, uns porque não vá falarem contra eles, outros porque têm receio de ofender alguém e não querem levar com uma bengala nos cornos, os partidos porque sabem que grande parte do eleitorado são reformados e caso não os satisfaçam estes irão ser penalizados nas urnas. E mesmo no enorme disparate (a nível económico) que é aumentar as pensões, seria de bom senso aumentar as pensões mais baixas e não as de 5000€, alguém me explica porque raio um reformado que ganha 5000€ de pensão, nas condições económicas actuais precisa de um aumento de pensão? Uns dizem que eu tenho ódio a pensionistas, muito pelo contrário, o que não conseguem perceber é que a situação económica é precária e há prioridades, e neste momento os pensionistas nunca poderiam ser a prioridade. O que acho importante? O aumento dos salários, mínimo e não só! O aumento do salário mínimo é bom, mas apenas para quem ganha o mínimo e caso a inflação se mantenha no mesmo valor ou até mesmo haja deflação (que nunca há, não com estas políticas), então e o gajo que ganha por exemplo 600€? Não é o ordenado mínimo, não irá ser aumentado, mas se a inflação sobe porque o ordenado mínimo subiu, então esse gajo está a ser entalado! Não foi aumentado e vai pagar mais! É por essas e por outras que quando se sobe os ordenados, sendo a coisa bem feita, nunca poderia incidir apenas sobre o ordenado mínimo, pois está a deteriorar a qualidade de vida. E porque se deve subir os ordenados em vez das reformas? Simples, maiores ordenados garantem mais estabilidade, especialmente aos jovens, com mais estabilidade vem maiores taxas de natalidade (que o país bem precisa para inverter o envelhecimento avassalador), com melhores ordenados há mais poder de compra, há mais qualidade de vida, há mais bem-estar, há mais economia a movimentar, há menos desemprego, há ao mesmo tempo mais descontos, porque há mais pessoas a trabalhar e as que trabalham ao ganharem mais descontam mais, ou seja, trata-se de CAPITALIZAR quem mexe a máquina do País, com mais descontos há mais dinheiro em caixa para o Estado, seja através dos descontos maiores seja através da redução do desemprego e das respectivas prestações sociais, ao haver mais fundo de maneio Estatal pode ser proporcionado melhores condições sociais, económicas e de infra-estruturas ao País, inclusive o aumento de reformas se tal for permitido! O que nunca se pode fazer, e que é o que estão a querer fazer e que toda a carneiragem bate palmas, é precisamente o que andam a fazer, aumentar as reformas SACRIFICANDO quem mexe a máquina! Para aumentarem as reformas quem trabalha obrigatoriamente terá de descontar mais, irá ser sufocado para descontar quantias que não irão ser para o seu proveito seja directamente ou indirectamente, em termos económicos, o aumento de reformas é a mesma coisa que fazer uma enorme fogueira e mandar para lá o dinheiro, é investimento sem retorno, por norma a terceira idade não é quem mexe a sério com a economia (só se for a das farmácias e a das agências de viagens no caso dos velhos ricos). Roosevelt capitalizou a máquina operária após o crash dos EUA, Ronald Reagan viria a fazer o mesmo na década de 80 nos EUA, Margaret Tatcher faria o mesmo nos 80's e inícios de 90's no Reino Unido, todos esses Estadistas (entre outros) inverteram as condições económicas ao capitalizarem a 'real working class' como dizem os ingleses, e a partir daí colheram os frutos económicos dessas políticas para ajudarem todas as classes transversalmente conforme a economia o permitisse. Por aqui, em plena bela hoste socialista, faz-se exactamente o oposto daquilo que se devia fazer, uns por ignorância, outros porque vêem na terceira idade um bolo eleitoral, mas ninguém tem coragem de lhes dizer: "Meus amigos, face às condições económicas actuais, vocês não são a prioridade, há outras prioridades mais importantes para o país, quando as condições económicas o permitirem, e caso faça sentido, aí sim, serão aumentados." Custa assim tanto dizer isto, estão com medo do quê? De uma greve de velhos? Que os velhos façam uma revolução? Há sempre os moralistas que dizem "ah eles passaram uma vida a trabalhar, merecem receber uma reforma digna!", até pode ser verdade, mas quem passa uma vida a trabalhar e tenha realmente DESCONTADO os anos de serviço, terá uma reforma, conhecem a expressão em latim 'Dura Lex, Sed Lex'? Significa qualquer coisa como 'a Lei é dura, mas é a Lei', pois deveria de haver algo do género 'a reforma é dura mas é a reforma', há uma coisa que é justa, à partida cada pensionista tem direito a uma reforma em função daquilo que descontou, ponto final. Querem ter reformas altas quando passaram décadas a receber pela porta do cavalo? Só tem o que merece! É essa a verdade que poucos têm coragem de dizer. E se noutras décadas havia trabalho a rodos, já nesta geração a falta de reformas será porque muita gente não tinha realmente trabalho para poder efectuar descontos, e isso sim, é deveras preocupante! Todos falam e querem aumento de reformas, mas é gritante como ninguém tem coragem de falar do quão penalizador isso é para o país, porque ninguém fala em capitalizar a 'working class'?!

http://www.dw.com/pt-br/opini%C3%A3o-thatcher-e-reagan-foram-revolucion%C3%A1rios/a-16738932