Tuesday, April 3, 2012

Amor, Monogamia e Poligamia

Um dos temas que gera sempre controvérsia, é o da exclusividade das relações, a maioria da sociedade diz que o amor verdadeiro é mutuamente exclusivo, que quem ama mesmo outra pessoa a sério, não importa mais os outros, que não tem necessidade de outras pessoas (do sexo oposto entenda-se), e outras tais coisas, a mim, sempre me fez confusão, porque nunca consegui perceber porque as pessoas vêem isso assim, ou melhor dizendo, não sou da mesma opinião que a maioria, sempre achei que uma pessoa podia gostar de outra sem assumir exclusividade (em muitas culturas isso é comum), no entanto nunca consegui exprimir pelas minhas próprias palavras a minha opinião sobre este assunto tão a fundo como queria dizer, encontrei a resposta, tanto para mim mesmo como para terceiros, num livro da autoria de Tony Clink.

A palavra poligamia é muito provavelmente a forma mais acertada de descrever como funciona um sedutor ao nível do amor. Ele ama... mas ama muitas mulheres ao mesmo tempo. Estar apaixonado por uma só rapariga de cada vez, especialmente se o sentimento for unilateral, torna-se uma fixação. Começa a demonstrar sinais de desespero, a sua capacidade de pensar claramente paralisa e sente constantemente o medo de ser rejeitado. Quando os seus sentimentos não são correspondidos, ou quando não o são da maneira que esperava, o seu ego começa a baixar, e acaba por repelir para ainda mais longe as mulheres, num ciclo vicioso que se vai tornando cada vez pior.
Estar apaixonado por muitas raparigas ao mesmo tempo deixa-o pensar com coerência e confiança. Você apercebe-se de que existem inúmeras mulheres maravilhosas, e, assim sendo, está suficientemente relaxado para guiar os sentimentos delas até si. Para além disso, a sua confiança e despreocupação atraem mais mulheres, formando um outro ciclo de sentimentos, mas desta vez um ciclo muito positivo para a sua auto-estima.
Algumas pessoas dizem que a relação ideal continua a ser a dois, cheia de amor completo e incondicional. Eu concordo com a última parte da frase: amor completo e incondicional é realmente um ideal. Mas tenho de discordar da parte em que se fala de uma relação a dois. Certamente que uma família precisa tanto de uma mãe como de um pai para criar as crianças e suportá-las financeiramente. Se um dos pais se desviar do caminho correcto, a família pode despedaçar-se. Mas significa isto que, para proteger a integridade das famílias, todas as relações tenham de ser exclusivamente a dois. Que não podem ser permitidas relações poligâmicas a ninguém?
Claro que não. Não somos modelos de comportamento para os filhos de outras pessoas. Como adultos, somos livres para escolher o nosso percurso, e aquilo que faz na sua vida pessoal não vai afectar a sociedade no seu todo. Você não é assim tão importante, e eu também não.
O outro argumento das relações monogâmicas diz que a exclusividade do sentimento de alguém acrescenta valor a esse mesmo sentimento. A verdade é esta, sim, realmente a exclusividade vai ser um valor acrescentado... durante uns tempos. No entanto, este valor depressa vai ser substituído pela rotina. Vai ser encarado como garantido, e vai, eventualmente, degenerar em aborrecimento. Por outro lado, a não-exclusividade pode manter as coisas vivas e quentes durante durante bastante tempo.
Um último argumento que defende a monogamia afirma que por natureza o amor é mutuamente exclusivo, e que não se pode amar duas pessoas diferentes ao mesmo tempo. Este é, sem dúvida, um fraco argumento que só pode ter a sua origem na falta de experiência das pessoas, ou na negação ou incapacidade para perceberem os seus verdadeiros sentimentos. No entanto, mais cedo ou mais tarde, até os mais frígidos moralistas têm de reconhecer a possibilidade de partilhar amor com diversas pessoas, pelo menos a determinado nível. Eles amam os seus pais apenas um de cada vez? Planeiam amar os seus filhos um de cada vez? Claro que não. Eles sentem amor por todos eles. Talvez mais por uns que pelos outros, mas definitivamente nunca «um de cada vez». Alguns podem argumentar que o amor sexual é diferente, mas eu diria que é apenas uma questão de níveis. Amor é amor. Ponto final.
Na maioria das vezes, a monogamia não tem nada a ver com o amor. De facto, uma relação a dois é mais uma questão de conforto de conforto e tradição do que de paixão. Depois de anos de infrutíferas buscas e dolorosas rejeições, encontrou finalmente alguém de quem gosta e que lhe retribui esse sentimento, uma companhia, com a qual preenche a sua necessidade de dar e receber amor. Você suspira de alívio e assenta. Torna-se assim um CPF [Comum Paspalho Frustrado] em direcção ao casamento.
Obviamente que quero realçar que não existe nada de errado na monogamia, em apaixonar-se ou casar-se. Eu encorajo-o a perseguir o seu próprio ideal de amor e relações com o sexo oposto, seja ele qual for.
A minha preocupação é que, muitas vezes, as pessoas "apaixonam-se" porque acham que não têm uma palavra a dizer sobre o assunto. Quando se apercebem de que poderiam ter direito a escolha e que estavam disponíveis melhores opções, fecham os olhos e começam a pregar sobre os benefícios e superioridade da sua forma de estar na vida.
Este livro é sobre escolhas. É sobre fornecer.lhe toda a sabedoria que precisa para explorar todos os caminhos antes de decidir qual o traçado ideal para si. Assim sendo, não interessa se seduz a torto e a direito, se se apaixonou e casou, ou até mesmo se se tornou num monge que leva uma vida celibatária. Tenha só a certeza de que, seja qual for a escolha, a deve fazer na plenitude da sua sabedoria e com os olhos bem abertos.
Obrigado Tony Clink, por teres conseguido exprimir em palavras aquilo que sempre achei sobre este tema, mas nunca tinha conseguido exteriorizar.